sexta-feira, 30 de outubro de 2015



Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14, 1-6

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!

 - 1 Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2 Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3 Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5 Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6 E eles não foram capazes de responder a isso.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

Quando Jesus nasceu em Belém, o coro de anjos cantava a glória e a paz. Nas alturas, glória a Deus. Na terra, paz aos homens de boa vontade. Parece que a “boa vontade” (no latim de São Jerônimo, bonae voluntatis) é apenas um outro sinônimo do amor.
Sim, da parte de Deus, a “boa vontade” é total, infinita: ele quer que todos se salvem. Já da parte dos homens, a coisa é mais complicada: aqui e ali, sempre aparece alguém de má-vontade, fechado ao amor e ao perdão, escravo da lei, indisposto a acolher o dom gratuito de Deus.
Foi assim na sinagoga, como relata o Evangelho de hoje. Jesus se compadece de um enfermo e decide curá-lo. Na época, a medicina era considerada como “trabalho manual” (tradução literal do grego “cirurgia”: quiros= mão; ergon= trabalho). Por isso mesmo, fazia parte dos trabalhos proibidos no sábado judaico. Os adversários de Jesus (teriam eles, de propósito, levado o doente à reunião, como arapuca para o Mestre?!) estão de olho em seu comportamento.
Mas Jesus pergunta: “É permitido, ou não, curar no sábado?” E São Lucas, também ele médico, registra: “Mas eles se calaram.” Este silêncio é a marca registrada de sua má-vontade. É o indicador de sua consciência turva. Calam-se para fugir de uma resposta franca. Sequer pretendem discutir a questão.
Senhor do sábado, Jesus cura o hidrópico. Os fariseus, em lugar de se alegrarem com a cura do vizinho, condenam intimamente a atitude de Jesus. Mas Jesus ainda tem um argumento insuperável: se um boi caísse no poço, em dia de sábado, eles não estariam prontos a intervir para recuperar o animal? Ora, aos olhos de Deus, nós somos filhos muito amados. Não seria um preceito legal a impedir sua ação salvadora...
Em nossos dias, a Igreja de Jesus se esforça para entrar em diálogo com os vários setores da sociedade. Quer dialogar sobre a paz e o desarmamento, sobre a pobreza e a partilha dos bens, sobre a vida e a defesa dos fetos. Mas muitos se calam. Recusam-se ao diálogo. Já fecharam questão (e os corações). Irão adiante em seus projetos de morte e de poder, de lucro e dominação.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015



Evangelho (Lc 13,31-35)

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor.

31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

É de admirar a firmeza de Jesus no cumprimento da missão encomendada pelo Pai do céu. Ele não se deteve por nada: Eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã (Lc 13,32). Com esta atitude, o Senhor marcou a pauta de conduta que ao longo dos séculos seguiriam os mensageiros do Evangelho ante as perseguições: não dobrar-se ante o poder temporário. Santo Agostinho disse que, em tempo de perseguições, os pastores não devem abandonar os fiéis: nem os que sofrerão o martírio nem os que sobreviverão como o Bom Pastor, que quando vê que vem o lobo, não abandona o rebanho, senão que o defende. Mas visto o fervor com que todos os pastores da Igreja se dispunham a derramar o seu sangue, indica que o melhor será jogar a sorte quem dos clérigos se entregarão ao martírio e quais se porão a salvo para logo cuidarem dos sobreviventes.
Na nossa época, com frequência, nos chegam notícias de perseguições religiosas, violências tribais ou revoltas étnicas em países do Terceiro Mundo. As embaixadas ocidentais aconselham aos seus concidadãos que abandonem a região e repatriem o seu pessoal. Os únicos que permanecem são os missionários e as organizações de voluntários, porque para eles pareceria uma traição abandonar os seus em momentos difíceis.
Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas não quiseste! (Lc 13,34-35). Esse lamento do Senhor produz em nós, os cristãos do século XXI, uma tristeza especial, devido ao sangrento conflito entre judeus e palestinos. Para nós, essa região do Próximo Oriente é a Terra Santa, a terra de Jesus e de Maria. E o clamor pela paz em todos os países deve ser mais intenso e sentido pela paz em Israel e Palestina.
Que o Espírito Santo nos fortaleça na fé e na persistência do caminhar.

Deus perdoe nossos pecados.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015



Evangelho (Lc 6,12-19)

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor.

 12 Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

Celebramos, hoje, os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu, santos que faziam parte da companhia dos doze, eram os apóstolos escolhidos entre tantos discípulos que Jesus tinha atrás de si.
Qual é o papel dos apóstolos? O apostolado é, acima de tudo, o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. E segui-Lo significa aprender com Ele o Seu modo de vida. O que aprendemos e ouvimos levamos aos outros quando somos enviados em missão. Por isso, os apóstolos são aqueles que escutam Jesus; e uma vez que O escutam, são também curados de suas doenças e enfermidades.
É nosso papel escutar a Palavra de Deus, pois, ao escutá-la, será para nós uma fonte de cura, libertação e restauração.
Que beleza escutarmos a Palavra de Deus, que vem da boca dos apóstolos, daqueles que são realmente os enviados do Senhor! Cada bispo, em sua igreja, tem a missão de ser esse apóstolo, o sucessor dos apóstolos, mas isso não tira de nenhum de nós a nossa missão e responsabilidade no apostolado cristão.
O apostolado cristão acontece quando anunciamos a Palavra de Deus e as pessoas vêm ao nosso encontro para serem tocadas na alma, no coração. E uma vez que a alma e o coração são tocados por essa mesma Palavra do Senhor, a alma se liberta até mesmo de doenças físicas.
Muitas vezes, estamos aprisionados naquilo que estamos sofrendo, mas basta apenas uma Palavra do Senhor para ficarmos livres e libertos. Escutemos os apóstolos, escutemos a Palavra do Senhor, mas sejamos também mensageiros dessa mesma Palavra, porque ela afugenta os demônios, liberta os cativos e cura os doentes.
A missão dos apóstolos é levar a Palavra de Deus a todos os cantos da terra! A nossa missão, o nosso apostolado é anunciar a Palavra onde estivermos; ela trará mais alegria, mais ânimo, libertação e restauração para os corações que a escutarem!

terça-feira, 27 de outubro de 2015



Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas:  Lc 13, 18-21

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 18 Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20 Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

Era apenas um grão de mostarda. No ambiente palestino, a menor semente conhecida. Foi este pequeno grão que Jesus escolheu para manifestar um aspecto do Reino de Deus. Isto é, nas coisas espirituais, não podemos ficar presos àquilo que nossos olhos vêem. O mais importante permanece sempre oculto.
Sim, Jesus também insinua que a semente da mostarda – por mínima que ela seja – já traz em seu interior um dinamismo que a impelirá a crescer e frutificar. Aquilo que parecia sem força e sem valor, agora é um arbusto (com cerca de 3m de altura, lá na Palestina), capaz de abrigar as aves do céu e seus ninhos. Um dos simbolismos bíblicos para as “aves do céu” é o “estrangeiro”, os povos que não eram Israel, os que vinham “das ilhas”, isto é, de longe. Assim, o Reino de Deus há de se expandir a ponto de acolher em seu seio também aqueles que “não eram povo” (cf. 1Pd 2, 10).
A mesma idéia de crescimento oculto, subterrâneo, é repetida na pequena parábola do fermento. Nesta, Jesus se vale da imagem que contemplava em Nazaré: Maria juntando farinha, água e fermento, preparando em silêncio a massa do pão de cada dia. Durante a noite, a massa “descansava” na janela. Ao amanhecer, misteriosamente, uma força interior fizera crescer os pães. E o Menino Jesus, futuro Rabi da Galiléia, meditava: “É assim que o Reino de meu Pai há de crescer, mesmo na escuridão da longa noite dos homens...”
O mundo capitalista, alimentado de produção e consumo, de pragmatismo e eficiência, prefere os gestos grandiloqüentes, as realizações “macro”, modernas torres de Babel. Deus é pobre. Deus é simples. Prefere os inícios humildes. Trabalha sempre na sombra, como os 30 anos de vida oculta em Nazaré...
E nós? Estamos contribuindo para a construção do Reino de Deus com os pequenos gestos de amor de cada dia? Valorizamos também as pequenas tarefas enquanto sinal de afeto e de compromisso? Já chegamos a perceber a importância das pequeninas ações, fermento de vida e impulso criador, humildes tijolos da humanidade?
Ou ainda estamos cegos à ação do Espírito, que age em surdina na matéria do mundo?

Deus perdoe nossos pecados

segunda-feira, 26 de outubro de 2015





Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13, 10-17

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 10 Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12 Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13 Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. 14 O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”. 15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.

- Palavra da salvação.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Nenhum empecilho era suficientemente grande para impedir Jesus de fazer o bem. Nem mesmo as veneráveis prescrições religiosas. Ao confrontar-se com alguém precisando de sua ajuda, ele sempre se apressava em estender-lhe a mão.
É Jesus quem toma a iniciativa de curar uma infeliz mulher. Prostrada há muitos anos pela enfermidade, era obrigada a viver curvada, sem poder erguer-se. Seu estado físico era a imagem do peso que carregava sobre si: o da humilhação de ser considerada castigada por Deus; o da impossibilidade de ser útil aos demais, além da opressão de seu próprio sofrimento físico. A incapacidade de erguer-se significava não estar apta para relacionar-se com os outros, em pé de igualdade. Sua condição tornava-a um ser inferior.
Sem ter sido solicitado, Jesus faz-se protetor da mulher sofredora. E, como sinal de sua misericordiosa solidariedade, intervém em favor dela, libertando-a da enfermidade opressora. Após a imposição das mãos do Mestre, ela se ergue e dá glória a Deus pelo benefício recebido, por reconhecer que sua libertação era obra divina.
A indignação do chefe da sinagoga, encarregado de zelar pelo cumprimento do repouso sabático, não impressiona Jesus. Libertar um ser humano de qualquer tipo de opressão é tão urgente e necessário, a ponto de justificar até mesmo uma não observância da Lei. Afinal, Deus fica contente com a libertação de seus filhos.

“Para ti Senhor,  levanto os olhos “
Deus perdoe nossos pecados